Nunca pensei que fosse fechar meu coração dessa forma. Logo eu, toda cheia de fantasia. Mas é que chega uma hora que o peito cansa de levar pancada. Pancada da vida, dos relacionamentos, dos planos que não dão certo…
A gente perde a chama, o brilho no olhar, a esperança de que algo vai dar certo.
Mas sabe de uma coisa? Esse momento é bom. É tão bom. É você contra você mesmo. É seu tempo de enxergar quem tá ali dentro. O que você é? O que você quer ser? Onde você quer chegar?
Nesse momento introspectivo, não tem influência nenhuma, não tem ninguém vivendo por você.
Pode ser uma etapa triste, eu sei, solidão não é propriamente uma coisa gostosa. Mas a gente tem que respeitar essa fase e tirar o máximo proveito disso. Se descobrir e entender o que faz essa vida valer pra gente.
Nossa sociedade não se preocupa muito com isso, né? É tipo: vai vivendo aí como dá, deixa pra fazer o que gosta no final de semana (se você não estiver muito cansado) ou nas férias (se você tiver esse direito).
Nunca gostei desse discursinho mas não é que eu fui deixando a onda me levar e fiz exatamente o que padrão hipócrita queria de mim? Isso fazia com que eu me sentisse pertencente a algum tipo de rotina que me validaria.
Mas olha, já tem 10 anos que eu saí do ensino médio e até hoje aguardo por minha validação.
E ela não vai chegar. Nunca. Não vindo de fora.
Porque a validação é interna. Só a gente que viveu, sofreu e passou pela a experiência, tem a competência de se validar.
Por isso que eu digo: respeite sua solidão, seu silêncio. Esqueça a opinião dos outros e os modelos que querem te empurrar goela abaixo.
Seja você, saiba o que você ama e busque por isso por mais difícil que seja, porque ninguém pode te prover essa satisfação a não ser você mesmo.
Só hoje eu entendo aquele verso de Los Hermanos que diz “os dias que eu me vejo só / são dias que eu me encontro mais”.
Eventualmente abrirei meu coração novamente, mas dessa vez sabendo o que realmente importa pra mim.