Parei de falar de política. Motivo: minha saúde mental.
Mas diante dessa grande tragédia de Brumadinho, resolvi comentar (desabafar) um pouco.
Confesso que não pesquisei a fundo pois não sei o quanto suportaria, mas li o suficiente para proferir uma opinião já recorrente por aqui: a economia não só não é mais importante que o social, como não vive sem este último.
O nosso problema é tão estrutural, tão intrínseco. Tratam o dinheiro como se fosse tudo, o lucro é tudo, a imagem é tudo.
Fenômenos naturais podem acontecer mas não foi o que ocorreu no caso. São projetos barateados por todo o país porque o importante é mostrar e lucrar.
E não pensem que o culpado é quem construiu, afinal, quem se importa mais em ver construído do que bem feito? Quem se importa mais em economizar o que puder? Quem se importa mais em se aproveitar sempre que pode?
Somos nós! Sem exceção! Eu não tô livre, nem você. É um problema social, cultural, de cabeça de gente.
Vocês conseguem entender que somos sempre “meu pirão primeiro” e que deixamos nossos entes mais queridos morrer de fome? Imagine o que a gente não faz com quem não é querido…
Precisamos nos enxergar mais como um conjunto. O mal que faço ao outro para me beneficiar, me prejudica também. Prejudica a minha alma, as pessoas que eu amo e, em resumo, a mim mesmo.
Flexibilizar leis ambientais? Para que? Para lucrar? E depois perder o dobro, triplo(…)? Querem tanto aumentar as penas de crimes contra seres humanos e cagam pro próprio lugar onde vivem. Matam a natureza e depois são mortos por ela. E chamam de tragédia. A expressão mais adequada seria causa e efeito.
É um olhar muito retilíneo. A mente não avança, não vê a frente, não reflete. Isso é um problema social!
Arma nenhuma vai resolver, violência nenhuma vai resolver, rigidez nenhuma vai resolver.
Deus tenha piedade de nós.